O sociólogo e pesquisador Lucas Canestri de Oliveira esteve na Prefeitura de Caxambu na quarta-feira (1) para entregar ao acervo municipal uma cópia de sua Tese de Doutorado com o tema “Gestão Social e Racionalidade Criativa: análise da prática cultural de coletar água mineral na fonte” A Tese de Doutorado do pesquisador reforçou o projeto de tornar patrimônio cultural e imaterial o ato de coletar água mineral e foi defendida em dezembro de 2020. A pesquisa analisou a coleta de água na fonte como prática cultural em três municípios do Circuito das Águas (Caxambu, Lambari e Cambuquira). Verificou-se que essa prática reflete consensos sociais herdados culturalmente. O estudo demonstrou o quanto esse ato está carregado de saberes, valores e consensos sociais construídos ao longo do tempo.  “O Núcleo de Pesquisa e Estudos de Administração Pública e Gestão Social fez diversos estudos no Circuito das Águas. Minha tese foi Sociedade Mercado e Gestão das Águas Minerais. Na oportunidade estudei um lado mais antropológico e começou a ideia de estudar a pratica cultural de coletar a água mineral” – explicou o sociólogo. O ato de coletar água mineral nas fontes de Caxambu, tornou-se então patrimônio cultural e imaterial do município, em uma iniciativa inédita no Brasil promovida pela Prefeitura de Caxambu por meio da Secretaria de Turismo e Diretoria de Cultura. O Decreto assinado pelo Prefeito de Caxambu em 23 de fevereiro de 2021 homologou a aprovação do Registro das Coletas de Água Mineral no Parque das Águas de Caxambu como bem cultural imaterial e confere o título de Patrimônio Cultural e Imaterial, reconhecendo e valorizando bens que contribuíram para a formação de uma comunidade, além de aumentar a arrecadação de receitas por meio do ICMS do Patrimônio Cultural. Essa foi a primeira vez que a prática de coletar água nas fontes ganhou esse status. O trabalho para efetivação do registro até chegar ao Decreto foi realizado em conjunto pelos pesquisadores Mariana Gravina Prates Junqueira, que é Diretora de Cultura de Caxambu, pela pesquisadora Ana Paula Lemes e pelo sociólogo Lucas Canestri de Oliveira que tinha esta sua Tese como base para todo o processo. “O meu estudo acabou somando ao projeto que a Prefeitura já organizava de fazer o tombamento, pois já havia a questão técnica que foi produzida pela Diretoria de Cultura, mas minha Tese serviu para embasar e dar uma salvaguarda e somar esforços. O estudo está disponível também no repositório on line da UFLA” – explica Lucas. O estudo foi orientado pelo professor do PPGA/UFLA José Roberto Pereira e a base teórica apoia-se na Teoria da Ação Comunicativa, do autor alemão Jürgen Habermas. Pelos resultados, os entendimentos atuais na esfera pública sobre a coleta das águas é fruto de consensos sociais construídos e capazes de influenciar a ação das pessoas e o engajamento que terão frente às decisões de impacto coletivo que envolvem as águas minerais. Com informações da Assessoria da UFLA